Dia 02 de março, nas dependências do HCR, os médicos Matheo Casagrande e Ricardo Zanin, membros do CAD (Centro do Aparelho Digestivo) realizaram numa paciente feminina a ressecção de um Adenoma de 7cm, localizado no lobo esquerdo do fígado. A técnica usada foi a videolaparoscopia com acesso glissoniano intra-hepático. A cirurgia não teve intercorrências. Paciente teve um rápido restabelecimento e recebeu alta 72 horas após o procedimento.O procedimento teve o acompanhamento também do médico anestesiologista, Dr. Olinto Adolfo dos Santos, além da equipe de enfermagem comandada pela enfermeira gestora, Eliege Paz.
Conforme explica o Dr. Matheo, “os avanços técnicos da laparoscopia revolucionaram a terapêutica cirúrgica de grande número de doenças”. “Nos últimos anos, esses avanços têm possibilitado a ressecção de órgãos sólidos como adrenal, rim e baço. No entanto, algumas cirurgias como a ressecção hepática, demoraram mais a serem consideradas efetivas devido aos riscos deste procedimento, o que fez com que por muito tempo fosse vista com ceticismo”, destacou.
O cirurgião explica ainda que “a ressecção hepática foi uma das últimas fronteiras a serem vencidas pela cirurgia laparoscópica. As razões para o limitado desenvolvimento da hepatectomia laparoscópica não são muito claras, visto que a ressecção hepática é procedimento direto e único onde não há necessidade de reconstrução ou anastomoses. Por outro lado, manobras quase sempre necessárias durante a cirurgia do fígado, como a sua ampla mobilização e exposição, controle dos pedículos vasculares, palpação minuciosa e ultrassonografia intraoperatória parecem difíceis de serem realizados através de videolaparoscopia (VL). Além disso, fatores como a transecção do parênquima, o potencial de hemorragia intraoperatória e o risco de embolia gasosa tornam os procedimentos laparoscópicos no fígado de altíssima complexidade”.
Discute-se muito, também, se esse procedimento deve ser realizado por cirurgiões com experiência em cirurgia laparoscópica ou por aqueles com experiência em cirurgia hepática. Conforme explica Dr. Matheo, as duas qualificações são absolutamente necessárias e recomenda-se que a cirurgia deva ser realizada, por equipe da qual participem um cirurgião com experiência em cirurgia do fígado e outro com experiência em cirurgia videolaparoscópica.
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